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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Um no outro (História nas Histórias)


É a vida, é mesmo um mistério! Seja por óculos religiosos, culturais ou mesmo antropológicos. Nada tira a sua força e muito menos sua marcação na história.
Hoje quero descrever ou escrever sobre essa vida! Essa vida que invade dias da história sem deixar de expressar o menor medo ou qualquer sentimento limitador. E nesse processo uma história é invadida por tantas histórias ou até histórias que são invadidas por outra história unificadora!
Minha história é construída a cada dia de capítulos, que muitas vezes, são tão surpreendentes que até parecem tiradas de muitas telas de sétima arte! E outras vezes nem estrelariam na Sessão da Tarde! Porém sempre, de um e de outro jeito, são componentes de única história que realmente me importa: a minha (longe de ser egoísta, apenas para confirmar a univocidade).
Como pode ser tão maravilhosa essa relação de histórias que se emaranham? São situações inusitadas, planejadas, complicadas, arrumadas, bagunçadas e tantas “adas” que poderiam completar a lista. Comigo não é diferente!! Sonhos que se encontram, desejos que despertam, ações que brotam sem a menor complicação, já em outras são mais complexas que cadeias de DNA. Nessas relações a trama da vida é confeccionada.
O que me deixa com mais atenção nesse fato, alem do processo em si, é quão grande valor a vida têm ao se misturar. Como a vida se enriquece com essas relações. Nunca imaginei descobrir tantas coisas nas contradições e adições de outras vidas! Como um beijo tem tanto valor? Como um toque pode despertar tantas sensações? Como um sussurro pode ser tão bem ouvido? Como rotinas podem valer muito mais que fatos inéditos? São contradições que se completam! Enquanto planos, estratégias, passos ou dados cartesianos não alcançam sempre o resultado esperado, há sempre uma possibilidade de derrota! Não que o acaso realmente exista, mas a vida é um mistério, e por isso deve gostar do mistério, daquilo que não é esperado ou sem valor!
É assim que vivo! É assim que faço felicidade, é assim que se faz vida!

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Educação sob olhares Cegos




Ao longo da história, a educação sempre se pautou em processos que lhe deram um caráter evolutivo ou de mudança. Em todos os tempos ela foi marcada pelas interferências da história, da cultura, da cosmovisão e de outros fatores. O que, podemos assim dizer, rendeu-lhe intensa riqueza e grande evolução.
Por meio de destaques de cenas e fatos do filme Vermelho com o Céu[1] quero fazer alguns cortes e comentar fatos que me revelam percepções da educação e a sociedade.
No presente filme, gostaria de comentar alguns fatores que me destacam nessa observação da concepção de educação e desmembrar em outros assuntos corelacionados.
Na realidade destacada no filme “Vermelho Como o Céu” quero avultar primeiramente a concepção de educação que subjaz em todas as relações desenvolvida no filme.
A história está vestida da década de 70, com uma Europa marcada ainda pela Guerra Fria, mas um período de intensas descobertas e novidades, além de grande contestações sociais. Isso destaca o fato de que, a educação já é vista como processo redentor (o que não é novidade em todas as sociedades advindas de períodos de necessidades, especialmente pós-guerras e revoluções). Essa é a Itália dos tempos de Vermelho como o Céu.
Quando o jovem Mirco, que perde sua visão num acidente doméstico,  é levado para escola, Instituto Cassoni, é recebido num meio tecnocrata, onde a função da educação é apenas treinar os estudantes – deficientes visuais –  para faculdades fabris e processos voltados a produção para a sociedade, algo que Paulo Freire chama de “Educação Bancária”, no caso do Instituto Cassoni essa estruturação era ainda marcada pela intensa rigidez disciplinar. Como versa Figueiredo:
Embora essas disciplinas reduzam em muito efetivamente o campo de exercício das subjetividades privadas, impondo padrões e controles muito fortes às condutas, à imaginação, aos sentimentos, aos desejos e às emoções individuais, faz parte de seu modo de funcionamento dissimular-se, esconder-se, deixando-nos crer que somos cada vez mais livres, profundos e singulares. (FIGUEIREDO & SANTI, 2007, p. 20)[2]

A estruturação rígida e voltada para a produção com certeza desenvolve uma visão obtusa e irreal da vida, já que a deficiência visual não é barreira intransponível, como revela-nos o próprio Mirco em sua história. O motivo da ida do jovem para uma escola especialmente elaborada para deficientes visuais é obrigatória por força de lei, que impedia que a escola convencional matriculassem-o.
O filme é ainda mais marcante por ser baseado em fatos reais. O que muda o eixo proposto no Instituto é o protagonismo de um professor, por sinal sacerdote, que percebe fatos idiossincráticos no jovem estudante. É ele quem permite que a criatividade e os anseios de Mirco pudessem aflorar, quando lhe revela o mundo criativo do cinema. É pelo mesmo professor que a ideia de Mirco, Felice e da pequena Francesca toma corpo e desvela a força da conquista de um sonho.
Enlaçando a ideia de uma educação redentora, quero exprimir o fato de que todo processo educacional, de per si, não é protagonista, mas antes, pode até contribuir para criação de miopia. Porém quando a educação se torna processo de desencadeamento de talentos, de animação (no sentido etimológico: a alma) ela ascende às novas perspectivas na vida das pessoas envolvidas, porém o caminho inverso pode acontecer se não for levado em conta que todo processo social envolve pessoas, suas particularidades e expressões internas e externas.
Outro fio condutor expresso no filme, que gostaria de destacar é em relação à sexualidade. Na história, Fracesca aparece como braço direito do protagonista, e se torna, por suas palavras: “fidanzata” (namorada) de Mirco.
A amizade infantil é acompanhada pela descoberta do outro que é masculino, este também se revela frente à moçoila que num primeiro momento aparece em meio a chacotas e proibições de relação.
O romance infantil não é precoce e nem fora da realidade dos protagonistas. Francesca descobre em Mirco a expressão de amor pela admiração, especialmente por, pelo que parece, ter encontrado um sonhador tão quanto ela. Já que pelo fato de ser filha de uma das colaboradoras da escola, tinha sua vida reduzida pela privacidade e a negativa de contato com os estudantes, pelo fato de serem meninos.
Francesca sonha ao lado de Mirco e revela-lhe os caminhos que permitiram que o mesmo descobrisse esse mundo desde muito cedo almejado, já que nas primeiras cenas, num diálogo com o pai, o jovem exprimia sua vontade de ter uma televisão. Esse encontro, com certeza foi motriz no despertar do jovem. Ela – de um lado com toda castração social da separação dos sexos, da distancia quase zoológica dos deficientes visuais e da dura disciplina desenvolvida pela mãe que não permitia o relacionamento com os estudantes, por medo de perder o emprego – foi descobrindo seus sonhos e anseios. Faço um destaque nessa relação: ela com a visão perfeita descobre, por meio do fascínio de Mirco, a beleza do cinema pelos sons. E lembrando que é ela quem revela o cinema ao jovem. Como se a história fosse um pouco irônica!
Assim como a educação e a severa disciplina marcam a vida do Instituto, a sexualidade é balizada pelas regras sociais. Basta que para isso se perceba a forma de primeira aproximação que Francesca realiza em Mirco: zombeteira e distante. E ainda a forma com que a mãe intervém, numa das cenas, na filha que está ao lado dos demais “atores mirins” e o diretor flagra-os.
Tanto a educação de cunho redentor tecnocrata quanto a segregação sexual marcam o fato de que é na sociedade que se forma o indivíduo. Essa expectativa de que a redenção ou a harmonia social seja adquirida pela pessoa é um passo errôneo, inclusive descrito por James Mill e questionado por Durkheim (1965:27).
Acredito que a crítica de Durkheim é amplamente aproveitada na realidade filmografada, já que a finalidade do Instituto era atender a harmonização social desses representantes, e não desenvolve-los em suas diversas potencialidades. Mesmo que o referido autor descreva a educação sob a finalidade social, é sabido que a pessoa é criativa e proporciona novas formas de vivencias de fatos repetidos.



Referências:

Filme Rosso come Il Cielo di Cristiano Bortone, Itália: 2004

DURKHEIM, Emile. Educação e Sociologia São Paulo: Hebra 2010 [1965]

FIGUEIREDO, Luís Cláudio M & SANTI, Pedro Luiz Ribeiro de. Psicologia uma (nova) introdução: uma visão histórica da psicologia como ciência. São Paulo, Editora Puc, 2007.

http://www.webartigos.com/artigos/vermelho-como-o-ceu-sociabilidade-e-subjetividade-o-individuo-transpondo-os-limites-sociais/11293/ acessado dia 24 de outubro de 2012



[1] Cristiano Bortone, Itália: 2004
 [2] Apud. http://www.webartigos.com/artigos/vermelho-como-o-ceu-sociabilidade-e-subjetividade-o-individuo-transpondo-os-limites-sociais/11293/ acessado dia 24 de outubro de 2012

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Até tu, Monteiro?


Estamos acompanhando, nos últimos dias, o debate sobre a alegação de racismo nas linhas escritas por Monteiro Lobato. E a audiência de conciliação entre representantes do Ministério da Educação, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e os autores da ação contra o livro Caçadas de Pedrinho, de Monteiro Lobato, terminou sem acordo.
Fiquei pensando sobre isso. Já aconteceu comigo um fato que muito tenho desafeto, quando fui acusado, de modo inverídico, de cometer algo como racismo, pois bem, os fatos não se assemelham, porém quero propor uma reflexão.
Eu não quero aprofundar os detalhes que moveram a Seppir ou os autores, mas lembro-me uma fala da atriz Whoopi Goldberg que disse algo assim: “não sou afrodescendente, sou americana” se referindo que para ser a pessoa que ela é não precisa fundamentar sua história genética, mas que ela faz parte de uma cultura presente em diversas cores de pele. Concordo com essa nova-iorquina, sem que isso pareça desmerecer a luta reivindicatória de um grupo marginalizado por séculos que ainda sofrem com o velamento das ideias desiguais e de supremacia colonial!
O que mais me permite refletir hoje, não é a discussão do tema racial, mas o fato de que é esse o caminho? Porque enquanto há essa preocupação de “processar” Lobato, continuamos a aplaudir novelas que humilham negras como empregadas domésticas, que mostram, em meio a risos, a falta de respeito a mulheres nos transporte públicos, também damos alto índice de audiência a músicas que dizem que a mulher serve para o “fundo” de carros ou troféus em caras camionetes, ou pior ainda, o “machão” caçador que se arma de todo poder econômico para “pegar as mina”!!!
Tenho medo dessas atitudes. Claro que não estou nivelando nenhum dos assuntos, que têm sim sua validade e merecem ser avaliados; o que quero afirmar é sobre o contrassenso e o vale entre as discussões reais e irreais, ou melhor, uteis e inúteis.
Dizer que Pedrinho nutre, pelas palavras de seu autor, preconceito racial é mais que descabido, afinal, pelo que sei, os livros seriam usados em escola, e por isso haveria um educador que estaria extraindo da leitura, junto com os estudantes, as nuanças e sentidos. Lembro bem do meu professor de literatura que “esquartejava” os livros e nos dava chaves de leitura, sentidos e outras coisas além das palavras contidas nas linhas. Seria, em minha opinião, mais sensato uma discussão para tantas outros fomentadores de reflexão, como a imagem das pessoas negras nas novelas, igualmente as mulheres e os homens machistas, o papel sexual das pessoas, ou até a relação entre empregados e patrões, pois acredito que esses espaços influenciam mais que os livros escolares (para minha tristeza).
Por isso, reforço que sou completamente contra a qualquer forma de segregação (racial, sexual, religiosa ou qualquer fonte), mas penso que a leitura de um livro requer, obrigatoriamente, a atualização de informação, não é? Essa obra de Monteiro foi escrita em 1933. E as tais novelas, músicas e programas humorísticos?

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Dia do Sexo




Bem, há algum tempo não veio aqui para deixar nada escrito. A correria do dia, as decisões e frustrações deram mais força à preguiça e a ociosidade! Desculpe!

Bem, achei formidável a ideia de escrevera algo hoje no dia 6/9 (!!!), pois é o dia do SEXO.
E não acho formidável porque é O dia em si, pois não é tanto assim. Mas enchi-me de vontade de escrever algo.
Uma pequena nota no meu Facebook (que transcrevo depois) motivou-me ainda mais! Devido a repercussão!
Continuemos.

Sexo é mesmo algo maravilhoso (sempre foi, diga-se de passagem)! Atualmente parece que há ainda mais valor. Certa vez li uma pesquisa (não me lembro a referencia) que dizia que a maioria das vendas de uma banca de revista (acho que 80%) tinha em suas capas a palavra SEXO, não importando se era dos Anjos ou das estrelas (ou nem tanto brilhosas!!). Fiz uma pesquisa certa vez numa ferramenta de busca da internet (para minha monografia de conclusão em Educação Sexual) e de uma lista de 8 palavras colocadas, SEXO apareceu em primeiro lugar em numero de páginas (até dinheiro perdeu!!!!!!!). Até ai nada de novidade, pois a palavra tem muitas conotações e por isso inúmeras variáveis.

Já é um ponto que chama atenção, porém o que mais me chama atenção não é o sexo em si (que é maravilhoso, mesmo quando ruim, como diz uma amiga minha), mas o fato de que ele chama mesmo atenção de qualquer olho ou olhar (dos mais novos aos mais idosos). Ao escrever essa ultima linha já me aparecem milhares de outros temas para mais escrito (deixarei para depois). Voltando há esse dia: 
Diversas vezes fui procurado por adolescentes e jovens (bem jovens) para partilharem as angustias ao redor do sexo (desde relações sexuais até de conflitos nos papeis sexuais) e isso me chamava atenção sempre: Porquê um momento tão cheio de alegria, de prazer, de intimidade causava tanta angustia (estou me pontuando nas relações sexuais e nenhuma das outras designações para sexo)?
Bem não sei a resposta, mas quero dizer o que penso!
A muitos desses jovens disse sobre a necessidade de entender o momento mais que analisar suas consequências (que são muitas e variadas - de boas a péssimas). Entender, para mim é mais que usar a razão, acho necessário usar outros canais como o bom senso, a alegria, o sentido das coisas. Pois se trata de uma coisa tão forte, profunda e cheia de acessórios. E pontuo o que mais me chama atenção que é a sensação que invade o corpo (não apenas o orgasmo em si, mas aquilo que nos faz chorar, sorrir, soluçar, relaxar e tantos outros verbos!)
Intimidade assim não é qualquer coisa -  e nem de longe estou escrevendo sermão, acho que há maneiras mais inimagináveis, para a imaginação, de fazer sexo que devem apenas ter o respeito), mas estar num momento tão sublime não é para qualquer pessoa!. 
Amar e poder expressar com o seu próprio eu (no mais empírico do termo), ou seja, ser amor com vc! Ahhh isso não tem como descrever! Quando eu estou com ela (meu amor, minha paixão, meu...) nada mais existe além de nós ali! Isso é sem descrição! Os sentidos, as vibrações e sensações... tudo vai além de qualquer maneira de pensar ou viver. Enfim, estar com a pessoa amada nesse instante como diz os espiritualista: é um encontro de você fora de si, num outro, fora do outro, como um nós que nunca se viu de outra maneira existisse nesse momento.
Por isso para ser um FELIZ DIA DO SEXO, não se pode viver apenas um dia! Então prefiro que seja FELIZES DIAS ...  

terça-feira, 10 de janeiro de 2012


Achei esse texto e o adorei!


Não Espere ser amado para amar.
Não espere ficar sozinho para reconhecer o valor de quem está ao seu lado.
Não espere ficar de luto para reconhecer quem hoje é importante em sua vida.
Não espere o melhor emprego para começar a trabalhar.
Não espere a queda para lembrar-se do conselho.
 Não espere..
Não espere enfermidade para perceber o quanto é frágil a vida.
Não espere pessoas perfeitas para então se apaixonar. Não espere a mágoa para pedir perdão.
Não espere a separação para buscar reconciliação.
Não espere a dor para acreditar em oração.
Não espere elogios para acreditar em si mesmo.
Não espere..
Não espere que o outro tome a iniciativa se você foi o culpado.
 Não espere o eu te amo, para dizer eu também.
Não espere o dia da sua morte para começar a amar a vida.   
William Shakespeare