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domingo, 9 de fevereiro de 2014

O Mergulho em Cristo

Ser católico indica um grande caminho de vida, uma descoberta de maneiras inovadoras de ver e rever a cultura, a convivência, o desejo...
Se manifestar como participante de uma comunidade de fé é mais que identidade ou referenciais, Jesus revelou algo inédito para a vivencia de todos, pois Ele revelou quem é Deus, que Ele é o nosso “Abbá” (nosso papaizinho), ou seja, temos um Deus que é próximo e íntimo de nossa vida.
Bem, isso não é novidade para ninguém que partilha a mesma fé que eu e um grande número de pessoas no mundo. É claro que sabemos que há problemas com os números reais dos que se dizem católicos, porém minha ideia nesse texto não é essa discussão. Indo diretamente ao assunto: esses dias vi, li e reli diversas manifestações que me chamaram a atenção. Eram frases ou slogans do tipo: “católico não assiste tal coisa”, “quem é católico não apoia beijo X”, “minha fé não permite dar audiência para Y” etc. Chamou a minha atenção de verdade!! E explico: essas manifestações, a meu ver, não refletem coerência com a fé que deveríamos viver quando a qualificamos como cristã católica. Como introduzi, Jesus é o grande revelador de nossa fé, Aquele que veio ao nosso mundo para trazer a compreensão do que realmente devemos ser.

A vida católica, ordinariamente nasce no “mergulho” (batismo, do grego βαπτισμω - baptismō), com ele evidenciamos nossa filiação divina e nossa participação na comunidade cristã. Bem, se estamos falando em mergulho, e cabe lembrar que o rito do batismo exige a visualização desse mergulho (mesmo “substituído” pela ablução = despejar a água na cabeça), o rito é revelador da essência! No batismo mergulhamos no Mistério da Ressurreição de Cristo. Depois dessa introdução catequética continuo a explicação do meu incomodo.
O que me chama atenção nessas manifestações não é o desejo de fidelidade à fé, pois os valores cristãos são claros e exigentes e não coabitam com “meias palavras” ou somos ou não somos. No entanto, essas frases mascaram um dos maiores e evidentes dom do amor de Deus para o ser humano: a liberdade! O amor é liberdade na vida e na relação entre Deus e a pessoa. É da vida de Jesus que tiro essa conclusão.
No evangelho segundo Mateus surge a classificação de Jesus como um pecador, pois ele “comendo e bebendo, e dizem: Eis aí um homem comilão e beberrão, amigo dos publicanos e pecadores.”
(Mt 11:19). Jesus ainda continua no versículo 24: “Eu vos digo, porém, que haverá menos rigor para os de Sodoma, no dia do juízo, do que para ti.
” Ou seja não é a fuga do mundo que nos faz mais próximo de Deus! É a vivencia NO mundo da experiência de Deus! Amigos e irmãos é completamente avesso a fé em Cristo fugir do mundo! Somos missionários desse e nesse mundo! Não somos artificiais a este mundo. Exatamente fazendo a ligação com nossa experiência do batismo: quando mergulhamos no Cristo, não há nada que nos tirará Dele! Nada, mas nada mesmo! Devemos sim cuidar e alimentar a nossa fé, mas NUNCA fugir da responsabilidade de vivermos nossa fé com liberdade e compromisso de evangelização! Com isso assistirmos, vivermos num mundo não é compromisso com o mundo! É compromisso com o Senhor da vida! Que fez tudo isso, que nos chama ao Seu amor!
Penso que Jesus fez a diferença frente ao proselitismo e hipocrisia religiosa quando diante da mulher adúltera pede para seguir a lei: “lance a pedra quem não tem pecado”. E ainda quando foi visto “em meio aos publicanos e pecadores”!(...)
Não podemos achar que o “protesto” de desligar televisor fará o “Amor ser amado”, antes de mais nada precisamos assumimos nossa missão: Anunciar Jesus que nos revelou o Pai. E sem esquecer ainda que “vim para os doentes e não para os sadio” Convido uma leitura a dois excelentes documentos: “Ética na Internet” (2002) e Novo millennio ineunte (2001)
Nós cristãos não podemos fechar os olhos e voltarmos as nossas costas! Não significa que devemos aceitar tudo sem questionar, repito, nossos valores [cristãos] são claros, mas para vivermos tais valores, precisamos estar na vida! E se formos “mergulhados” no Cristo, seremos fonte e transmissores Dele!