A vida é cheia de surpresa! Em cada momento descobrimos
passos que nos levam além dos limites, por meio de nossas descobertas e nossas
conquistas. E nessas descobertas criamos nossos meios de realizações que nos (pre)enchem
de felicidade.
Desde pequeno ouvia o adágio popular: “um homem realizado é
aquele que: planta uma árvore, escreve um livro e tem um filho”. E como mágica,
esse pensamento acompanha como uma meta e um lembrete. Já colhi frutos da minha
árvore! Já escrevi, então me faltava...
Ser feliz é muito mais que conquistar ou criar, ser feliz,
para mim, é dar sentido ao que nos rodeiam. Isso me faz lembrar a história de
Esmirnia, uma catadora de lixo que teve sua biografia filmada no documentário homônimo.
Ela vivia em meio a lixos, bichos e devaneios e não demonstrava o menor ponto
de felicidade, porém tudo isso sob os olhares exteriores. No entanto quando à
personagem é dada a fala (quase onisciente) a contradição é revelada: mesmo
imperceptível ao senso, era muito feliz, pois se sentia realizada, o que poderia
questionar nossa classificação.
Penso isso quando me lembro da pergunta: qual foi o dia mais
feliz da sua vida? Uma questão tão comum, mas com alta complexidade devido ao
fato de que a vida sempre surpeende. No entanto hoje eu tenho o dia mais feliz
da minha vida! E não num limite de 24 horas.
Quando vi a beleza que um filho nos dá, quando senti no colo
o calor de um abraço, mesmo que involuntário, mas que se traduz em afago e de
necessidade de defesa e proteção. Meu dia feliz está marcado com o nascimento
de meu filho, e na significação de todos os outros dias posteriores a este.
Nada em minha vida permaneceu igual, aliás, quase nada, pois meu nome e minha
identidade ainda são os mesmos. Mas meu
sorriso mudou, meu cansaço, minha alegria, meus caprichos, minhas energias e
tantas coisas mais.
Meu dia mais feliz se transformou em DIAS sucessivos, sinto
a mesma magia a cada amanhecer, a cada fralda trocada, a cada gesto novo que
tentamos adivinhar! O dia mais feliz de minha vida é renovado a cada ciclo e
ainda me pergunto se é o dia “mais” ou se já não foi superado pelo instante
seguinte. Continuo achando que felicidade é construção, é variante, mas já
sinto que onde estou hoje nunca estive e minha felicidade, pode ser maior, mas
nunca foi como é! Obrigado, é o que sei dizer e o que posso sentir!
O dia mais feliz de minha vida é o meu hoje com aquele que
veio há 30 “ontens” atrás, e ficou perene nos dias seguintes.